-
Promessas seguras de Ano Novo
Crônica originalmente publicada em 30 de dezembro de 2009 no Papo de Gordo. Caro leitor do Papo de Gordo, sabemos que você está mais ansioso pelo novo episódio de nosso podcast do que pela festa de réveillon, mas não podemos nos esquecer desse momento de consagração (e de muita comida, claro). O único problema das festas de réveillon é que acabamos tendo que fazer alguma fatídica “promessa de Ano Novo” e todos sabemos o que vem por aí: nossas namoradas, noivas, esposas ou equivalentes acabam forçando a barra para prometermos… oh, dor… entrar num regime nesse ano que entra. Ou coisa pior. Como bater o pé e se recusar a…
-
Desconstruindo Papai Noel
Crônica originalmente publicada em 23 de dezembro de 2009 no Papo de Gordo. * Uma pequena contextualização: Tem uma piada nessa crônica sobre “estar na moda falar que é comunista”. Pode parecer muito estranho isso nos dias de hoje, mas no “longínquo” 2009 eu juro que fazia sentido. Eu até pensei em atualizar a piada pros dias de hoje, mas achei melhor só contextualizar porque, sei lá, vai que isso muda de novo daqui a mais alguns anos… ——— – Senhor Noel, senhor Noel! – Jonas, eu já disse que prefiro ser chamado de Papai Noel ou Pai Natal. Nada de “senhor”, por favor. – Desculpe. Eu… precisava falar com…
-
Momento musical: “Janta”
Crônica originalmente publicada em 16 de dezembro de 2009 no Papo de Gordo. Para (tentar) cantar ao som de “Sampa”. E que Caê, filho de Canô, irmão de Bethânia, amigo de Gil, me perdoe. Janta (Caetano Adiposo) Alguma coisa acontece com meu barrigão Sempre que eu como banana, farofa e feijão É que quando eu cheguei por aqui eu nada comi Do duro torresmo salgado de tuas mineiras Da macarronada tão bela de tuas padeiras Ainda não havia para mim piriri O maior problema do comilão Alguma coisa acontece no meu barrigão Que só quando como banana, farofa e feijão. Quando encarei um pastel quente queimei o meu rosto Chamei…
-
Proibido gordo!
Crônica originalmente publicada em 2 de dezembro de 2009 no Papo de Gordo. Num futuro (talvez) não muito distante… Ato 1: – Próximo! – Sou eu! – Nome? – Juvenal Astrogildo. – IMC? – Perdão? – IMC, por favor. – Pra quê você quer saber isso? – É pra saber se o senhor é gordo. – Bom… Tenho meus 130 quilinhos… Acho que sou gordinho, hehe. – Então não está qualificado para entrar. – Não estou qualif… Como assim?! – Temos uma política bem clara. Pessoas obesas não podem ser atendidas pelo doutor Osvaldo. – Mas eu estou com cárie! – Deve ser porque é gordo. Emagrece que isso passa.…
-
Mens sana in corpore gordo
Crônica originalmente publicada em 14 de outubro de 2009 no Papo de Gordo. Sala dos professores. Fim de tarde. Uma professora exausta descansa no sofá. Outra, também cansada, adentra o ambiente. Começam a conversar. – Menina, finalmente você apareceu! Foi muito trabalhosa essa festinha do dia das crianças! Estou morta! – Nem me diga. Estou até torta de tanto segurar criança. – Sorte sua que não é professora do Gumercindozinho. Aquele menino avança nos doces que nem um maluco e haja braço pra segurar aquela bolinha. – Ele foi da minha turma ano passado. Sei bem o que você está passando. Quando eu era professora dele, quase quebrei a perna…
-
E agora, José? (versão obesa)
Crônica originalmente publicada em 7 de outubro de 2009 no Papo de Gordo. PS: Drummond, perdoa-me. E agora, José? A festa acabou, o bolo findou, o pastel sumiu, a cerva esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é um fominha, que fila dos outros, você que enche o prato, que come à beça? e agora, José? Está sem cintura, está sem seu pinto, está com cem quilos, já não quer mais beber, pois só quer mastigar, cuspir já nem gosta, a baba esfriou, o bife não veio, o pudim não veio, o figo não veio não veio a coxinha e frango acabou e massa fugiu, e queijo mofou,…
-
Gordices em Curitiba
Crônica originalmente publicada em 9 de setembro de 2009 no Papo de Gordo. Depois de um tempinho em Salvador para participar de um casamento, zarpei para Curitiba, dessa vez para participar de um congresso. Do forno para a geladeira em algumas horas de voo. Não que Curitiba seja uma cidade muito fria. Já passei por frio pior em Porto Alegre. Mas o problema é que o clima curitibano é de uma esquizofrenia aguda, daí. Fui preparado para o frio extremo e me deparei com o sol a pino (tranquilo pra mim, mas uma sauna para os locais). Não demorou para ficar absurdamente frio (com paranaenses de camiseta enquanto eu ficava…
-
Gordices em Salvador
Crônica originalmente publicada em 2 de setembro de 2009 no Papo de Gordo. Acarajé, caruru, maniçoba, abará, moqueca, sarapatel… A culinária baiana é pródiga em alimentos que te obrigam a usar um sotaque nordestino para pronunciar seus nomes. Basta citar em voz alta alguns quitutes que você já fica achando que é primo do Lázaro Ramos ou afilhado do Antônio Carlos Magalhães. Mais uns minutos nisso e você também estará curtindo uma rede, só levantando ao ouvir o som do Chiclete ou da Ivete. Uma pequena contextualização: Semana passada, fui a Salvador, terra de Dudu e Maira (e Caê, e Canô, e Gal, e Gil, e Ruy, e Caribé, e…
-
Gordobol
Crônica originalmente publicada em 12 de agosto de 2009 no Papo de Gordo. Quando um gordo resolve praticar um esporte, costuma imaginar duas possibilidades básicas: sumô ou futebol (nesse caso, indo para fechar o gol, muitas vezes literalmente). Mas fica difícil decidir se é pior andar com uma sunguinha apertada se atracando com outro gordo também seminu ou levar várias boladas na cara, correndo o risco de terminar sem dente (ou até ser atingido em lugares mais dolorosos!). Mas nem tudo está perdido! Os gordos ainda terão vez no mundo esportivo! E não adianta citar Ronaldo e mais meia dúzia de jogadores acima do peso porque eles não são exemplos…
-
Orgia… gastronômica!
Crônica originalmente publicada em 29 de julho de 2009 no Papo de Gordo. Noite em Roma. As ruelas da imponente cidade, sede do fabuloso Império Romano, estavam vazias naquele momento. Ninguém, em pleno século I d.C., poderia imaginar que, do nada, luzes estranhas brilhariam perto de um aqueduto, trazendo em uma estranha máquina dois viajantes do futuro. Do incrível aparelho futurista, agora parado calmamente diante de um atônito boi, única testemunha de tal prodígio, saíram dois homens com roupas típicas romanas. Um era gordo, usava óculos e sorria bastante. O outro era alto, esbelto e ostentava um leve bigode em sua face espantada. O primeiro começou a falar: – Não…